Adoração sem limites

“...Esta não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações.” Lc 2.36-38
“Saiu uma voz do trono, exclamando: Daí louvores ao nosso Deus, todos os seus servos, os que os temeis, os pequenos e os grandes.” Ap 19.5

Em muitos lugares percebemos hoje que a adoração é algo raro. O homem desde o jardim peca na adoração a Deus. O mundo hodierno então com suas ânsias corrompe ainda mais o sentido de adoração.

Infelizmente está incutido na mente de muitos que devemos adorar a Deus pelo que Ele faz ou deixa de fazer e este sentido de adoração é equivocado, pois devemos adorar a Deus pelo que Ele é e neste sentido é importante frisar a imutabilidade de Deus, pois mesmo Ele fazendo ou não aquilo que desejo, continua sendo Deus.

Infelizmente estamos vivenciando cultos “maravilhosos”. Porém sem adoração nenhuma. Estamos vendo pessoas que caem na cilada de “barganharem com Deus” – Se ele me atende eu O adoro, se não me atende, Ele fica para depois!!!

Encontramos na narrativa de Lucas um exemplo para nós de adoração. Lucas apresenta-nos a profetisa Ana. Somente Lucas narra esta demonstração de louvor e adoração logo na apresentação do Senhor, fato que demonstra que Ana adorava espontaneamente, pois  ainda não vivenciara os feitos de Jesus. Ela simplesmente O adorava enquanto esperava pelo anúncio do salvador.

Já pensou se no início dos cultos tivéssemos uma porção de “Anas” ao invés de irmãos e irmãs que falam de tudo e de todos antes do culto começar para eles? Digo para eles porque na minha concepção o culto começa desde que disponho o meu coração em adorar o Senhor em espírito e em verdade.

Mas Lucas traz-nos fatos simples, porém interessantes que vale a pena conter-nos um pouco neste trecho da Bíblia.

Sempre é tempo de adorar – Verso 36 e 37.

Nestes dois versos Lucas fala da idade de Ana. Ele no verso 36 refere-se a ela como “avançada em dias”, creio que foi um jeito carinhoso do evangelista chamá-la de velha, com todo respeito é claro. Já no verso 37 Lucas retoma sua formalidade peculiar e anuncia que ela tinha 84 anos!

Ao me deparar com este texto fiquei maravilhado. Em uma época em que muitos se cansam de adorar uma hora e meia, duas no domingo à noite, Ana nos dá uma grande lição de disposição.

Ela com esta idade podia apresentar vários motivos ou dificuldades para não adorar, mas lá estava ela na presença de Deus.

Ela escolheu a melhor parte – Verso 37

No verso 37 ainda Lucas cita que ela não deixava o templo, mas adorava dia e noite!!

Que maravilha esse relato! Ao ver esta expressão logo levantei uma questão: Onde temos passado o maior tempo do nosso dia? Na casa de Deus? Na presença de Deus?

Além disso, Ana dá-nos um banho na adoração porque Lucas cita que ela adorava de dia e de noite. Talvez durante o dia podemos ser os “maiores” adoradores e isso nos é fácil, mas e durante à noite onde não tem ninguém nos vendo? O que fazemos?

Ana adorava tanto de dia quanto à noite. Por vezes temos compromisso e colocamos nossos relógios para despertar. Pergunto para você nesta mensagem: quantas vezes você colocou seu relógio para despertar com o desejo de adorar a Deus? Qual foi a vez que acordaste não com o propósito de fazer petições ou “lutar” com Deus, como muitos dizem, mas levantou-se e O adorou simplesmente por ele ser Deus?

Guarde algo em seu coração hoje: “Todas as vezes que você procurar motivos para adorar a Deus, você já terá perdido o sentido da adoração verdadeira!!!” A mulher samaritana em Jo 4, cita como motivo de adoração o poço e toda a história que envolvia a construção daquele poço, mas Jesus diz: “chegará um dia em que meu Pai procurará os verdadeiros adoradores e eles adorarão o meu Pai em espírito e em verdade”, ou seja, sem materialismo, sem religiosidade, mas com sinceridade e discernimento. Prestarão o “culto racional”, rogado por Paulo aos romanos.

Adoração com excelência!!!

Lucas não termina o verso 37 sem antes nos dar uma peculiaridade na adoração desta mulher. Era uma adoração com qualidade, com zelo! Ela Jejuava, ou seja, preocupava-se em preparar o seu corpo/mente para estar na presença de Deus. 

Que lição maravilhosa ela nos dá. Quantas vezes nos aproximamos de Deus com o corpo e mente cansados? Quantas vezes abusamos no comer e beber e não temos disposição para celebrar diante de Deus?

O gesto de Ana também faz-nos ver e saber que adoração é também sacrifício. Esta questão do sacrifício é interessante por causa do pensamento comum que nos acompanha fazendo-nos desprezar tudo o que é gratuito, tudo o que não custou nada. Aquilo que me custa algo eu valorizo. Aquilo que exige algo de mim eu lembro e me envolvo de uma certa maneira.

Termino esta reflexão orando para que adoradores se levantem em todos os lugares. Faço ainda referência ao texto de Apocalipse citado no cabeço desta mensagem. “Daí louvores ao nosso Deus, todos os seus servos, os que os temeis...”

Deus abençoe e que você encontre o caminho da verdadeira adoração.

De seu servo, adorador e amigo,

Pr. Lindomar Nascimento