“...mas, em acordo com sua mulher, reteve parte do preço e, levando o restante, depositou-os aos pés dos apóstolos”. At 5.1-11
Deus é bom e deseja que todos desfrutem de uma vida abundante. Longe de ir para os rumos da teologia da prosperidade que tudo pede e nada oferece, quero lhes falar sobre o agir de Deus em nossa fidelidade para com Ele.
A palavra do Senhor em Malaquias 3 fala de um triste quadro na casa do Senhor. Os sacerdotes estavam prevaricando e não faziam questão nenhuma de dizimar e ofertar na casa do Senhor, por conseguinte o povo também praticava os mesmos atos dos seus líderes que simplesmente desprezaram a lei do Senhor de amparar o órfão e a viúva e também de se lembrarem dos levitas que por sua condição não tinham terra e a herança deles é o Senhor. Cf. Nm 18.21-28. Vale lembrar ainda que no mesmo texto de Malaquias está claro que o devorador é repreendido por nossa causa, ou seja, por nossas ações!!
A Igreja de Atos não é apenas uma igreja modelo de evangelização na prática, mas também é para nós um modelo de fidelidade ao Senhor. Logo no começo da narrativa em Atos vamos ver uma disposição e unidade dos novos convertidos em contribuir para o avanço da obra de Deus. Em At 2.45 vemos a disposição do povo em vender as propriedades e compartilhar. A idéia do dízimo e oferta como partilha precisa ser resgatada. Infelizmente temos tratado o dízimo como algo individual e não coletivo. Se eu pensar que o dízimo não é meu e sim do Senhor ficará mais fácil encará-lo como ato de partilha e não de uma adoração individualista que não agrada a Deus.
Um dos grandes problemas do coração do homem é o desejo insaciável de querer acumular riquezas. Mas o que está por detrás desse desejo? Será apenas o sentimento de posse? Não. Claro que não! Infelizmente o povo mais simples e os que não têm tendem a adorar os que têm e há ainda um falso juízo que as regras são ditadas apenas por aqueles que detêm o poder. Sendo assim o que fica claro é que o homem, além de querer dinheiro e posses para sobrepor aos outros, tem inconscientemente o desejo de ser adorado!!
No livro de Gênesis lemos a história de Caim e Abel (Gn 4.1-7). Caim não tem apenas um espírito de inveja, mas de não suportar que seu irmão seja aceito por ofertar da maneira correta e assim, decide matá-lo. Abel não morre porque é ruim ou maltratou seu irmão ou roubou algo. Abel morre porque fez uma oferta que agradou a Deus. Ao eleger Abel, Caim entende que não foi adorado e não suporta isso tentando contra a vida de seu irmão.
Como matamos nossos irmãos hoje em dia? Fazemos isso quando sobrecarregamos os mais simples, os iniciantes da fé sendo que temos condições de fazer uma oferta agradável, generosa e fiel ao Senhor. Eles vão ficar desestimulados e morrerão na fé porque a casa de Deus sempre vai necessitar de pão!!
Jesus ao falou muito sobre dinheiro. Ele não fugiu do assunto e demonstra-nos em várias passagens que ofertar e dizimar é algo que tem que ser levado a sério. Ele chega ao ponto de tratar isso de forma profunda e apresenta-nos o ato de ofertar como um sacrifício que tem que ser santo, puro e agradável. “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem algo contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta”. Mt 5.23-24
Por qual motivo Jesus alinha reconciliação e oferta? Simples amado/a, pelo fato de que quando ofertamos estamos colocando o que foi depositado à disposição de todos e como pode alguém que eu porventura não amo, estou magoado ou afastado receber das minhas mãos uma oferta ou uma ajuda? Agostinho disse certa vez; “Ame e faze o que quiseres”. Para Jesus o mais importante é dizimar com amor e comunhão, não mecanicamente.
Em outra passagem perguntam a Jesus se era lícito pagar ou não tributo a César. Cf. Mt 22.15-22, Jesus deixa claro seu pensamento e diz: “Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”!! Ou seja, faça suas compras, pague seus impostos, construa. Tudo isso é para César que representa o poder, o luxo e o domínio, mas Jesus conclui – daí a Deus o que é de Deus!!
Podemos fazer o que desejarmos com o nosso dinheiro, com o de Deus não. Segundo a bíblia ele deve ser depositado aos pés dos apóstolos, ou seja, trazido para o templo e passar debaixo do bordão do pastor.
Ananias e Safira concordaram em apresentar valor falso diante do Senhor. Quando eles fizeram isso retiveram para si o que era de Deus e feriram o principio estabelecido pelo Senhor. A César(para nós) o que é para nós e a Deus o que é de Deus!!
Foi assim com Acã em Js cap. 7. Ele cobiçou e reteve para si o que era de Deus e o resultado foi desastroso. Além do povo de Deus sofrer a derrota em Ai, depois da inspeção do Senhor toda a família de Acã foi morta!
Temos também no mesmo livro de Atos um exemplo que deve ser seguido por nós. Barnabé vendeu sua propriedade trouxe o preço e o depositou aos pés dos apóstolos. At 4.36-37. A expressão “trouxe o preço” significa que Barnabé foi fiel, que dizimou o dízimo da verdade e não da conveniência!!
Muitos crentes espalhados por muitas igrejas acham que são dizimistas, mas são apenas ofertantes fiéis. A partir do momento que eu não declaro, não ao pastor, não ao tesoureiro, mas a Deus o que realmente adquiri eu faço apenas uma oferta!
Ananias e Safira ainda morrem! Quantas pessoas hoje estão bem e amanhã estão em situação complicada? Quantas pessoas ganham cada dia mais e na são felizes de verdade? Em contrapartida, quantos humildes vemos na casa do Senhor que depositam quantias mínimas, mas verdadeiras e estão felizes! Jesus observou a oferta da viúva e disse que ela tinha dado mais do eu os outros. Ela deu com generosidade!!
Oremos ao Senhor para que o devorador seja repreendido por apresentarmos uma atitude digna diante de Deus. Deus é onisciente. Ele já sabe o quanto vamos ganhar daqui a dez anos!! Eu posso esconder do pastor, da igreja o valor dos meus rendimentos, mas e de Deus? Sejamos leais. Sejamos dizimistas com o espírito de Barnabé e Abel!
Não quero com esta palavra desestimular os ofertantes, mas alertar para sermos fiéis e sinceros/as ao Senhor.
Pr. Lindomar Nascimento.(Mensagem publicada no boletim da Igreja Metodista em Peixoto de Azevedo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário